São Luís, viver aqui é bom demais?

Durante muitos anos reclamei de quão monótona era a vida em São Luís. Poucas opções pra sair à noite, parcos restaurantes bons, sempre as mesmas pessoas, nos mesmos lugares, nas mesmas horas. Mas sabe aquela velha história de que é só perder uma coisa pra aprendermos a valorizar? Pois é! Depois de passar 4 anos morando fora, pra concluir minhas 2 residências, aprendi a valorizar as coisas boas que nossa Upaon-Açu tem. E olha que não são poucas! Tá certo que não podemos ter vontade de ir pra boates em plena terça, ou às vezes nem jantar fora num restaurante mais refinado numa segunda, mas e aquela sensação de ir pro shopping sábado e encontrar pelo menos umas 2 pessoas que a gente conhece desde sempre? E poder comer peixe-frito na praia domingo? Outra, depois de quarta-feira, esperar horas na fila do Por Acaso pra tomar uma cervejinha é muito bom! E a possibilidade de encontrar algum conhecido é quase certa. E a famosa casquinha de caranguejo da Barraca do Chefe já comentada pela Daniella? Tem coisa melhor que aquilo depois de um dia estressante? E mudando de assunto, a possibilidade de almoçar em casa todo dia, coisa extremamente rara de se fazer nas grandes capitais brasileiras? Não é ótimo? O trânsito começa a dar sinais de que teremos dor de cabeça num futuro próximo, mais ainda podemos nos dar esse luxo. Sei é que depois que cheguei aqui comecei a valorizar mais minha cidade, suas peculiaridades, belezas (atravessar a ponte Sarney num fim de tarde é muito, mas muito bonito!), e seu povo! O ludovicense é sim um povo gentil. Podemos meio que excluir dessa categoria boa parte das pessoas envolvidas no setor de serviços, que têm aquele jeitão mais relaxado quando nos tratam, boa parte das vezes enervando-nos a ponto de considerar que todos são farinha do mesmo saco. Mas no geral, as pessoas aparentam uma felicidade que não é muito comum de se ver por aí, tendendo a ser mais cordiais que boa parte do restante dos brasileiros. Sei é que estou bastante satisfeito com minha cidade, com o que tenho, com minha vida atual. Não é o fato de não haver mais que um cinema na cidade que vai mudar minha opinião. Sim, na minha opinião, concordo com a Mirante: viver aqui é bom demais!